sábado, 3 de setembro de 2011

O que existe no centro da Via Láctea?



Se você olhar para o céu limpo durante a noite, longe das luzes de grandes cidades, irá ver uma faixa iluminada brilhando com inúmeras estrelas. Os antigos gregos achavam que essa faixa lembrava leite derramado, então batizaram nossa galáxia de “Via Láctea”. E, segundo astrônomos, essa faixa brilhante é o centro da Via Láctea.
No “centro do centro”, cercado por cerca de 200 bilhões de estrelas (não detectáveis a olho nu), encontra-se um buraco negro supermassivo conhecido como Sagittarius A.
A Via Láctea tem forma espiralada e fica em rotação ao redor do seu centro, com seus longos “braços” curvados cercando o disco central. Em um desses braços fica o Sistema Solar e nossa casa, a Terra. Nós conseguimos dar a volta no centro da Via Láctea a cada 250 milhões de anos.
O buraco negro não pôde ser fotografado – caso você não saiba, buracos negros sugam toda a luz ao seu redor, então é impossível tirar uma foto direta dele. Mas os astrônomos “deduziram” a sua existência analisando a velocidade e o movimento de estrelas próximas ao centro da galáxia – elas seriam afetadas pela força gravitacional do buraco negro. [Life's Little Mysteries]
Não se tem certeza da forma com que os buracos negros massivos surgem no meio das galáxias, mas especialistas suspeitam que eles sejam resultados de pequenos buracos negros se juntem, formando uma única estrutura maior, ou que eles se formem quando um buraco negro já sugou matéria o suficiente.

Novidade no Universo

Anunciada a descoberta de um planeta gigante fora do Sistema Solar
Por: Andressa Spata, Instituto Ciência Hoje/RJ

A cada dia que passa, graças aos avanços tecnológicos, os cientistas têm feito grandes descobertas sobre o universo. Tanto que, até o mês de outubro deste ano, mais de 250 planetas já haviam sido identificados em torno de diversas estrelas. E não é que o mês de novembro também começou com uma novidade? Cientistas anunciaram a existência de um quinto planeta em torno da órbita da estrela 55 Cancri (55 Cnc), que pertence à constelação de Câncer. 

Mas, afinal, qual é a importância dessa descoberta? Segundo o astrônomo Gustavo Porto de Mello, do Observatório de Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o sistema planetário de 55 Cancri é o mais numeroso até agora encontrado, sendo superado em número de planetas apenas pelo Sistema Solar, onde a Terra está localizada. “Para se ter uma idéia, enquanto o nosso sistema tem apenas quatro planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), o 55 Cnc tem cinco. Isso mostra que podem existir mais sistemas como o nosso, com muitos planetas”, explica Gustavo.

Uma das características do planeta recém-descoberto que mais chamaram a atenção dos astrônomos é a sua distância em relação à estrela 55 Cnc, que seria uma fonte de energia para ele, assim como o Sol é para a Terra. Isso coloca o novo planeta em uma zona habitável, abrindo a possibilidade de ele apresentar até mesmo água em estado líquido!

Mas as semelhanças com a Terra param por aí. Na realidade, sua massa equivale a 45 vezes à do nosso planeta; ele completa uma volta em torno da estrela 55 Cancri em 260 dias, enquanto a Terra leva 365 para dar uma volta em torno do Sol, e, segundo Gustavo Porto de Mello, o planeta deve ser um gigante gelado como Urano ou Netuno, ou um gigante gasoso, como Júpiter ou Saturno.

Mas como os cientistas descobriram esse planeta? Gustavo explica que, com a tecnologia atual, é praticamente impossível visualizá-lo, pois ele fica perdido no clarão das estrelas, bilhões de vezes mais brilhantes. Assim, o planeta só foi percebido de forma indireta, por meio do efeito que seu campo gravitacional exerce sobre a estrela, ou seja, pela força de atração existente entre os dois. Isso também foi importante para definir a sua massa, pois, quanto maior o efeito gravitacional do planeta sobre a estrela, maior a sua massa. Além disso, os cientistas ainda estipularam a sua idade, que deve ser próxima à da estrela 55 Cancri, que, por sua vez, deve ter cerca de 4,5 bilhões de anos, a idade do Sol, de acordo com características como temperatura e luminosidade.

Ainda há muito a ser descoberto tanto sobre esse novo planeta como a respeito do sistema formado pela estrela 55 Cancri. Isso porque, segundo Gustavo Porto de Mello, até agora só foi possível detectar os planetas maiores. Por isso, é perfeitamente possível que existam vários planetas menores em volta da estrela. Então, fique atento, pois devem vir por aí muitas novidades sobre esse assunto!

Andressa Spata
Instituto Ciência Hoje/RJ.